terça-feira, 30 de agosto de 2011

Experiência Estética

       Durante muito tempo imaginei qual seria o sentido dessa vida, por muito tempo acreditei que precisasse saber qual o sentido; e ainda hoje, eu as vezes pergunto mim mesmo sobre o sentido das coisas. Toda essa angustia foi necessária para que eu percebesse que na verdade eu nunca precisei saber o sentido das coisas, mas, como nossa vida é dúbia, por mais que eu me esforçasse, lê-se ou perguntasse, as respostas para todas essas indagações sempre estiveram muito longe de serem respondidas; na verdade o que sempre precisei foi experiênciar momentos que re- significassem a minha história. 

          Enquanto a Filosofia se preocupa com os porquês da vida, a psicologia esta mais interessada em responder os "pra quês", porém há alguns perigos ao tornar conscientes alguns desses "pra quês", pois muitos deles por mais doentios que possam ser muitas vezes são necessários. É uma verdade cruel. Desconstruir ideologias que por muito tempo você mesmo as considerou como convictas, muitas vezes traz mais malefícios do que benefícios. Há uma função para cada objetivo, ideário ou ideologia que você estabeleça na sua vida, mesmo que esse ainda tenha sido construído inconscientemente. Você pode achar que uma vida perfeita é aquela onde você tem uma carreira profissional estável, com uma família feliz e com as dividas pagas com Deus. Não tiro o mérito de ninguém que tenha alcançado tais objetivos, e que tenha uma vida muito feliz com tais valores, bom para eles; porém para algumas outras pessoas, certos padrões normativos podem trazer muito sofrimento, principalmente se essas mesmas pessoas não acompanham convenções sociais das quais todo mundo compartilha. Convenhamos, nós vivemos em um mundo extremamente competitivo em praticamente todos os aspectos, e isso acaba gerando mais angustias do que nunca, pois tudo aquilo que eu considero importante para mim hoje, foi uma construção social que foi se delineando a partir da minha relação com o mundo; ou seja, eu só quis uma carreira profissional estável, uma família feliz por que eu aprendi dessa maneira! 

           Somos culturalmente determinados a seguirmos ideologias normativas, ainda que tenhamos o senso crítico de enxergar outras maneiras de sermos felizes, essas outras maneiras ainda sim acabam sendo adoecedoras e ideológicas. Problematize algo que você considere muito importante a ser alcançado em sua vida hoje! O que falta para você alcançá-la? O quanto você se esforçou para conseguir isso? Por que ainda não conseguiu dar um jeito em sua vida para conquistá-la? Às vezes carregamos um fardo mais pesado do que podemos realmente carregar. Pra que você tornou prioridade objetivos que não são seus? Por que alcançar isso é tão importante para você? 

       Depois que você passar por todo esse processo de introspecção, você obviamente chegará a dois impasses; ou você re - significa seus objetivos e os considera suficientes para aquilo que você considera uma vida feliz, ou então você começa a desconstruir tudo que acreditava ser bom, mas que na verdade somente foi bom a partir da perspectiva de outras pessoas ou acerca daquilo que você construiu da sua visão de mundo. É aqui que aqueles que assumem o risco de sair do circuito normativo se perdem. Você pode de - repente se dar conta que sua vida foi uma fraude, e que você criou expectativas vãs sobre objetivos que não fazem mais sentido p\ você neste momento. Mas nem todos nós assumimos o risco, e aceitamos sair do nosso cercadinho, pois é muito difícil abrir mão daquilo que traz segurança, daquilo que nos mantém nos trilhos e que nos fez feliz durante tanto tempo. 

        Sair desse cercadinho pode não fazer o menor sentido, pois se eu desconstruo tudo aquilo que foi importante pra mim um dia, o que mais restaria? Imagine-se vivendo sem juízo de valor, sem censuras, sem limites para consigo mesmo; bom ai, eu não teria mais contas a prestar com ninguém, não precisaria mais construir família nenhuma, nem alcançar objetivo nenhum que não me trouxesse nada mais do que meu próprio sustento. Você saberia viver assim? Qual seria a sua função nesse mundo a partir de então? O que te moveria? O que faria você querer viver mais? Nietzsche dizia que o homem não tem nenhuma função nesse mundo além de viver seus dias com o simples intuito de viver! É por isso que eu não vejo outra alternativa para que as pessoas possam viver em sociedade a não ser por meio de regras e ideologias. Mesmo assim, depois disso tudo, o que fazer com aquelas pessoas que tomaram a pílula da lucidez e não conseguem mais acompanhar essas ideologias? Você que lê isso hoje pode considerar minha interpretação a cerca da vida uma besteira, mas vou lhe adiantar uma coisa que talvez você não tenha dado conta ainda, por simplesmente procurar a resposta nos Por quês de sua vida; A Experiência Estética!

        Existem experiências muitas, mas a experiência estética é uma maneira de conhecer e se desenvolver, saindo um pouco do racional e viver o equilíbrio que os sentidos trazem a razão.  O que interessa não é o fenômeno VIDA, mas o sentido que você da a esse fenômeno. A Dialética do esclarecimento começa acontecer quando você esquece todos aqueles silogismos dos porquês de sua vida, e faz contato com o seu corpo, com aquilo que você esta vivendo no aqui e agora, além do conhecimento do outro pelo outro, pelo que ele mesmo é . O Merleau Ponty disse que é necessário saber do corpo, o que eu sinto é a base, mas a partir disso que eu conheço o mundo. O sujeito é uma potência de si mesmo, o eu é uma instancia subjetiva, ela se constrói no encontro com o outro.

         Pensar racionalmente é pensar numa lógica, pensar numa organização lógica. Dentro desta perspectiva, seriamos capazes de enxergar razão para tudo, mas somos incapazes de enxergar a racionalidade em tudo, então já que não podemos evitar a irracionalidade da racionalidade deveríamos abandoná-la? O saber e o controle estão articulados, e logicamente tem que haver alguma utilidade para isso. O que os críticos dizem é o seguinte: Vocês têm o controle sobre tudo isso? Kant dizia que o mundo responde, mas é você quem deve fazer perguntas para ele.  

       Nesse momento a busca do sentido, que não é a busca da coisa, mas o sentido dela, é o que define a dialética do esclarecimento. Mas será que conhecimento é igual a sentido? O fato de adquirir conhecimento e acumular ele, não significa que você encontrará o sentido da coisa. Você pode estudar um monte e entender todo o conteúdo das disciplinas e passar por uma graduação de cinco anos e tirar 10 em todos os exames, mas mesmo assim, apesar te ter aprendido muito, tudo isso pode não fazer sentido pra você, você apenas soube replicar muito bem aquilo que aprendeu. Antes que eu me perca vou fazer mais alguns esclarecimentos. O mundo que interessa é o mundo vivido, aquele que me afeta, e que é o mundo pré - reflexivo, quando nos vivemos o mundo, nos sentimos, mas quando nos pensamos, muitas vezes nós somente pensamos e não vivemos, e nem sempre quando vivemos nos pensamos.

      O ponto de partida para vivenciar o mundo é vivenciar o outro.  Esse outro não pertence a mim, ele é o outro, e é por isso que em contato com o outro, o meu mundo significaria. É no contato com o outro que meu eu se afirma. O conhecimento do mundo se dá no estar e agir no mundo, o que remete a uma dimensão estética que nada mais é do que nossa capacidade criativa de se viver o mundo através desse encontro que se tem do eu com o outro, re- significando a si mesmo. Tomar consciência de tudo isso talvez não esclareça muita coisa, mas se fez algum sentido para você, talvez lhe sirva caso ainda queira sair do cercadinho!

quarta-feira, 13 de abril de 2011

A Mídia Sensacionalista

Campanha  Triton  2009

A mídia sensacionalista causa impactos negativos na sociedade; tendo em vista, fatores que remetem à violência contra a mulher e a uma idéia de tortura e de subjugação. Nosso país passa por um processo de multiculturalismo, do qual é atravessado por variáveis ideológicas, quase imperceptíveis para os olhos já alienados de uma população multi-determinada socialmente, pela mídia e pela cultura. A moral de um individuo que faz parte de uma sociedade, é construída a partir de valores transmitidos pela linguagem, e essa subscrição é transmitida por vários saberes, que vão desde o senso comum ao cientifico. O processo de alienação, pode ser entendido muitas vezes como cultural, isso acontece na medida em que é tomada uma postura não critica diante á diferentes estímulos já engessados na nossa sociedade pós-moderna; um bom exemplo disso é o papel submisso que a mulher representa na nossa cultura. Uma campanha veiculada na internet não se limita apenas ao publico da WEB; essa mesma campanha pode se estender á diversos lugares, e causar diferentes impactos baseando-se no contexto representativo que uma propaganda pode significar para uma determinada população. A Campanha publicitária em questão, seria impensável em muitos países que já passaram por um processo de discussão sobre o impacto da mídia na sociedade. O fato é que ninguém sai impune desse bombardeio de imagens degradantes da mulher, que é sempre vista como a parte mais fraca, vítima, e submissa ao homem detentor do poder. Os homens que são expostos às propagandas nas quais as mulheres são usadas como objeto sexual,  posteriormente apresentam um comportamento mais tolerante e apóiam atitudes relacionadas à violência sexual. A maioria dos crimes contra a mulher, está relacionada ao sexismo, mesmo quando não são registrados dessa forma. Portanto o CONAR, que é o conselho “auto-regulamentador” da publicidade, tem o dever de censurar e punir, campanhas publicitárias que reflitam desrespeito, preconceito e violência contra a mulher.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Estamira

Estamira é um documentário que fala sobre uma senhora cuja vida foi muito sofrida, ela vive no lixão e convive com seus pensamentos, por muitos é tachada como louca, porem de uma lucidez incrível. Este é um documentário muito interessante para quem quiser observar a capacidade de adaptação do ser humano. Assisti-lo fez me refletir sobre como a loucura pode nos ser coerente, por mais absurdo que pareça em um primeiro momento, a priori humana nos induz a termos um raciocínio dualista, e a loucura passa a ser coerente no momento em que não é definido como errado.


Vigotski explica que o mundo social no qual vivemos possui vários significados que são universais, mas atribuímos diferentes sentidos a esses mesmos significados singularmente. Portanto mesmo que esses significados sejam universais, seus sentidos são os mais variados possíveis, tendo em vista que somos seres emocionais e ao mesmo tempo racionais. Nossa bagagem emocional nos refere algo pessoal que é construída sócio-historicamente, esse paradoxo esclarece alguns motivos pelos quais damos mais valor a um determinado objeto por exemplo, em detrimento a outra pessoa de um mesmo contexto social. 

Há uma forte crítica no documentário que me deixou ensimesmado, desde que nascemos nos ensinam a achar que o mar é bonito sem que possamos dizê-los por nós mesmos. A Estamira personagem principal do documentário apropriou-se de uma realidade que não faz mais parte de uma convenção social na medida em que sua vida a privou de recursos para um contexto social normativo, isso fez com que ela escandaliza-se os sentidos que para ela eram objetivados. Chego a pensar que talvez se fosse privado de recursos, minha realidade seria outra, somos seres sociais e nos humanizamos na apropriação do ato de se sociabilizar, uma vez que falte métodos para organização do pensamento, me abstrairia de uma convenção social atribuindo diferentes sentidos para tornar uma loucura coerente.

A Idiossincrasia de uma região, por exemplo, ilustra bem essa relação social e ao mesmo tempo cognitiva de um indivíduo com um discurso socializado. Esse discurso, uma vez internalizado dá lugar ao discurso interno, ou pensamento, com a função de planejar ações e distinguir o certo do errado. A linguagem a ele atribuída, ao mesmo tempo em que expressa o pensamento e o organiza; nos faz elaborar os processos psicológicos mais superiores. Enfim, Estamira é um daqueles documentários que nos faz pensar na vida, assistam! Pois há muito que se ver...

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Toda Psicologia é Psicologia Social?


          Alguns estudioso afirmam que toda psicologia é social porque partem de um pressuposto de que o desenvolvimento da inteligência acontece no relacionamento social dos indivíduos, Piaget afirmou que o processo de aprendizagem do indivíduos é também um processo de humanização . Eu penso que é na construção do conhecimento que o indivíduo cria bases para sustentar e construir sua estrutura psíquica, lapidando seus traços de personalidade , racíocinio e comportamento.


           O contato inter-pessoal de um indivíduo com o outro é social, e esse por sua vez contribui de maneira incisiva para que esse individuo elabore esquemas cognitivos e comportamentais para determinadas situações. Esse processo de aprendizagem servirá de embasamento para resolução de futuras situações das quais, apresentam traços similares a uma determinada situação já aprendida.

        A exposição desse indivíduo com o ambiente e aquilo que faz parte dele despertam processos psicológicos básicos que são inatos no indivíduo para a construção da concepção sócio histórica da ciência psicologia e seus conceitos. Tendo em vista que o processo de socialização dos indivíduos também é uma construção cultural, o mesmo se delineará no contato social do ambiente onde vive.

sábado, 28 de agosto de 2010

Pequenos Delitos

                Quantas vezes você foi tentado a cometer pequenos delitos? E quantas vezes você os cometeu? Por quais razões? Somos impulsionados por desejos inconscientes a cometê-los, é algo quase irresistível. Nossa vulnerabilidade nos torna fracos porem mais felizes, ao ponto de classificar esses pequenos delitos como saudáveis para o ego. Tolerá-los é outra etapa a ser explorada, pois nossa moral insiste a acompanhar conceitos que mal sabemos de onde vem... do histórico familiar? Religião? Sociedade? Você percebe o quão metodista podemos ser? Ou quão insano acabamos sendo com nós mesmos. Se vivermos presos a uma vida metódica e idealizada, nos tornaremos pessoas artificiais e infelizes.

             Ser organizado e ter objetivos na vida é saudável e fundamental para qualquer um, mas se permitir e aceitar seus desejos é o mesmo que reconhecer a si mesmo e criar alternativas para não adoecer na angustia de uma vida monótona e sem emoções. Nosso cotidiano pode ser cruel se permitirmos que ele seja. Todos nós nos sentimos realizados quando alcançamos nossas pretensões, e também sentimos culpa por termos feito ou deixado de fazê-las. Arrumamos desculpas para as frustrações que carregamos nas costas, e projetamos no espelho nossa culpa e predisposição a insatisfação. Já ouviram falar que o problema não está no mundo em que vive, mas sim em como você vive nele? Se pararmos para repensar o que vale ou não a pena, e quebrarmos os paradigmas que nos tornam infelizes, passaremos a enxergar um futuro nostálgico para nossas vidas.

               Você deve estar se perguntando como sentir nostalgia de algo que ainda não aconteceu? Esse é um truque para felicidade, todos nós sabemos mais ou menos o que vai nos acontecer, visto que na maior parte das vezes escolhemos nosso futuro tomando decisões, Ler o futuro é como jogar xadrez, Um jogador modesto pode prever até dois ou três jogadas que acontecerão no tabuleiro. Um bom jogador muitas mais, é uma questão de lógica e coerência. Você tem sido capaz de prever qual é o caminho que sua partida seguirá? Antes do xeque-mate acontecerão aventuras apaixonantes, por isso tenha nostalgia do futuro.

              Sua culpa dependerá da moral que carrega consigo diante dos delitos que se permitirá cometer e dos benefícios que lhe causará.  Esse texto é totalmente interpretativo, por isso pequenos delitos podem se tornar grandes delitos, alcançar a maturidade para julgá-los é muito singular e pessoal. Aquilo que talvez seja bom para você talvez não seja bom para outra pessoa e vice-versa, leve em consideração a subjetividade que título propõe, assim poderá interpretá-lo toda vez que estiver prestes a cometer um pequeno delito, seja ele qual for...

Relacionamentos

              Somos seres que se relacionam o tempo todo, nos relacionamos com desconhecidos, familiares e amigos, também nos relacionamos profissionalmente, intencionalmente, despretensiosamente e amorosamente, somos uma espécie dependente quase totalmente de relacionamentos. Podemos ainda que por opção, vivermos isoladamente; buscar nossa independência com o intuito de conquistar nossa liberdade. Mesmo que para algumas pessoas isso seja possível, ainda sim esta pessoa seria um dia dependente de algo, seja diretamente, como o medico que receitou um medicamento ou indiretamente como a pessoa que construiu a ponte por onde ele passa toda vez que vai pescar. Se problematizarmos tudo isso, começamos a entender o quanto somos dependentes de relacionamentos em nossas vidas.

                   Todos esses tipos de relacionamentos podem ser interpretados como relacionamentos objetivos, mas e os relacionamentos amorosos? Por que precisamos dele? Quando nos relacionamos com alguém e passamos a gostar desta pessoa, sentimos um prazer enorme, nosso corpo responde fisiologicamente a todos os estímulos, e atribuímos respostas a eles, sentindo, se emocionando e criando laços afetivos. Uma paixão planejada que seria aquela que idealizamos em um relacionamento perfeito, pode não ser surpreendentemente suficiente para nos manter apaixonados por muito tempo. Já a paixão química que é aquela que acontece de maneira intensa e repentinamente, pode sustentar um sentimento duradouro que criará laços afetivos e marcantes para vida toda. A paixão afeta nosso organismo como uma droga. Quando estamos apaixonados nosso corpo passa a produzir mais hormônios e neurotransmissores, e uma descarga de sensações acontece em nosso organismo.

                Sofrer uma desilusão amorosa é como sofrer de abstinência por alguma droga da qual seu corpo necessita.   Além da dependência psíquica que cria lacunas existenciais que geram predisposições a varias outras patologias. Fica claro que a paixão acontece de maneira muito intensa em nosso organismo, mas e quando essa paixão se acaba? Estamos acostumados a pensar que há alguma coisa errada e que algo mudou na outra pessoa, e finalmente concluímos que seu relacionamento já não é mais o mesmo. Se a paixão acaba, o que mantém um relacionamento? São os laços afetivos que criamos ao longo dessa trajetória juntos, ou seja, os compromissos que vocês conquistaram juntos e os objetivos em comum do casal. O Relacionamento certamente terminará se uma das partes não valorizar o outro e nem as memórias dos momentos que tiveram juntos.

                É necessário o investimento de ambas as partes para que o relacionamento de certo, cultivar o sentimento de troca entre o parceiro mantendo vivo os compromissos e as lembranças que tiveram juntos. É preciso ter claro em sua mente de que você é exatamente aquilo que quem esta com você precisa. Isso se chama Amor. Sentimento de completude que conforta e nos apóia em qualquer ocasião. Todos nós precisamos ter alguém ao nosso lado, alguém pra ficar perto, que nos ouça e faça companhia, que atenda as necessidades da libido e motive nossas ambições para nos mantermos sempre apaixonados. Um relacionamento amoroso é também um investimento para a vida.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Fadiga Existêncial


             A Fadiga existencial é mais que física, mais que mental. Ela está sobre uma linha tênue entre o existir e o não existir. As vezes eu me pergunto qual o sentido de estar vivo, qual o propósito? Li em algum lugar certa vez, que o homem não precisa conhecer o sentido da vida, mas sim ter experiências que o faça sentir-se vivo. Seria a vida então, apenas um incomodo do eterno descanso como diz Freud? De Fato a fadiga existencial talvez só nos perturbe quando estamos ociosos, não ter objetivos de vida é o mesmo que viver pra comer ou comer pra viver. Quão vazios podemos ser? Quão improdutivos e inférteis acabamos nos tornando? Deveríamos voltar a ter hábitos como sonhar, talvez essa seja a diferença substancial. Quando sonhamos não podemos fazer mal a ninguém, e nem prestamos contas a vida, temos desejos e corremos atrás deles, é como voltar a ser criança. No Livro do Desassossego de Fernando Pessoa diz que mesmo o maior criminoso é sagrado enquanto dorme, por efeito da magia natural do sonho, por isso entre matar quem dorme e matar uma criança não há segundo Pessoa, diferença substancial. Penso que tamanha ingenuidade por mais poética que seja tem seu fundo de verdade, se todos nós tivéssemos um grande sonho de vida, mesmo que não saibamos como alcançá-lo, viveríamos em paz de espírito, é o mesmo que ter um porto para atracar o seu navio depois de uma longa jornada pelo mar aberto. Vivo sonhando acordado na expectativa de entrar em meu satori existencial, ter um propósito de vida, além daquilo que a sociedade propõe, e que inconscientemente acabamos nos acostumando.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Explicando o Título



Satori
              Sabe quando você tem um Flash e as coisa simplesmente começam a fazer sentido,você passa a saber o que aconteceu ou o que vai acontecer… isso é um SATORI, também pode ser interpretado como um Insight ou uma Aware. É como se o tempo a sua volta ficasse em camera lenta e seu cérebro funcionasse a mil por hora,  o seu passado se projeta a sua mente e o futuro quase que se torna previsível . De-repente tudo fica claro, e você alcança a compreensão, percepção da qual o budismo descreve como um estado de iluminação.  Porem alcançar este plano momentâneo seria  aleatório ou sugestionado? Já passei por alguns satoris, e todos eles me esclareceram muitas coisas, e pelo menos para mim todos eles foram aleatórios, no entanto sugestionados de alguma maneira, talvez, isso não quer dizer que seja algo a ser treinado ou elaborado, é diferente de estudar matemática e resolver um problema extenso, pois não há uma formula a seguir. Um satori acontece sutilmente e sem agente esperar, nos revela algo intimo, mais próximo da alma.