sábado, 28 de agosto de 2010

Pequenos Delitos

                Quantas vezes você foi tentado a cometer pequenos delitos? E quantas vezes você os cometeu? Por quais razões? Somos impulsionados por desejos inconscientes a cometê-los, é algo quase irresistível. Nossa vulnerabilidade nos torna fracos porem mais felizes, ao ponto de classificar esses pequenos delitos como saudáveis para o ego. Tolerá-los é outra etapa a ser explorada, pois nossa moral insiste a acompanhar conceitos que mal sabemos de onde vem... do histórico familiar? Religião? Sociedade? Você percebe o quão metodista podemos ser? Ou quão insano acabamos sendo com nós mesmos. Se vivermos presos a uma vida metódica e idealizada, nos tornaremos pessoas artificiais e infelizes.

             Ser organizado e ter objetivos na vida é saudável e fundamental para qualquer um, mas se permitir e aceitar seus desejos é o mesmo que reconhecer a si mesmo e criar alternativas para não adoecer na angustia de uma vida monótona e sem emoções. Nosso cotidiano pode ser cruel se permitirmos que ele seja. Todos nós nos sentimos realizados quando alcançamos nossas pretensões, e também sentimos culpa por termos feito ou deixado de fazê-las. Arrumamos desculpas para as frustrações que carregamos nas costas, e projetamos no espelho nossa culpa e predisposição a insatisfação. Já ouviram falar que o problema não está no mundo em que vive, mas sim em como você vive nele? Se pararmos para repensar o que vale ou não a pena, e quebrarmos os paradigmas que nos tornam infelizes, passaremos a enxergar um futuro nostálgico para nossas vidas.

               Você deve estar se perguntando como sentir nostalgia de algo que ainda não aconteceu? Esse é um truque para felicidade, todos nós sabemos mais ou menos o que vai nos acontecer, visto que na maior parte das vezes escolhemos nosso futuro tomando decisões, Ler o futuro é como jogar xadrez, Um jogador modesto pode prever até dois ou três jogadas que acontecerão no tabuleiro. Um bom jogador muitas mais, é uma questão de lógica e coerência. Você tem sido capaz de prever qual é o caminho que sua partida seguirá? Antes do xeque-mate acontecerão aventuras apaixonantes, por isso tenha nostalgia do futuro.

              Sua culpa dependerá da moral que carrega consigo diante dos delitos que se permitirá cometer e dos benefícios que lhe causará.  Esse texto é totalmente interpretativo, por isso pequenos delitos podem se tornar grandes delitos, alcançar a maturidade para julgá-los é muito singular e pessoal. Aquilo que talvez seja bom para você talvez não seja bom para outra pessoa e vice-versa, leve em consideração a subjetividade que título propõe, assim poderá interpretá-lo toda vez que estiver prestes a cometer um pequeno delito, seja ele qual for...

Relacionamentos

              Somos seres que se relacionam o tempo todo, nos relacionamos com desconhecidos, familiares e amigos, também nos relacionamos profissionalmente, intencionalmente, despretensiosamente e amorosamente, somos uma espécie dependente quase totalmente de relacionamentos. Podemos ainda que por opção, vivermos isoladamente; buscar nossa independência com o intuito de conquistar nossa liberdade. Mesmo que para algumas pessoas isso seja possível, ainda sim esta pessoa seria um dia dependente de algo, seja diretamente, como o medico que receitou um medicamento ou indiretamente como a pessoa que construiu a ponte por onde ele passa toda vez que vai pescar. Se problematizarmos tudo isso, começamos a entender o quanto somos dependentes de relacionamentos em nossas vidas.

                   Todos esses tipos de relacionamentos podem ser interpretados como relacionamentos objetivos, mas e os relacionamentos amorosos? Por que precisamos dele? Quando nos relacionamos com alguém e passamos a gostar desta pessoa, sentimos um prazer enorme, nosso corpo responde fisiologicamente a todos os estímulos, e atribuímos respostas a eles, sentindo, se emocionando e criando laços afetivos. Uma paixão planejada que seria aquela que idealizamos em um relacionamento perfeito, pode não ser surpreendentemente suficiente para nos manter apaixonados por muito tempo. Já a paixão química que é aquela que acontece de maneira intensa e repentinamente, pode sustentar um sentimento duradouro que criará laços afetivos e marcantes para vida toda. A paixão afeta nosso organismo como uma droga. Quando estamos apaixonados nosso corpo passa a produzir mais hormônios e neurotransmissores, e uma descarga de sensações acontece em nosso organismo.

                Sofrer uma desilusão amorosa é como sofrer de abstinência por alguma droga da qual seu corpo necessita.   Além da dependência psíquica que cria lacunas existenciais que geram predisposições a varias outras patologias. Fica claro que a paixão acontece de maneira muito intensa em nosso organismo, mas e quando essa paixão se acaba? Estamos acostumados a pensar que há alguma coisa errada e que algo mudou na outra pessoa, e finalmente concluímos que seu relacionamento já não é mais o mesmo. Se a paixão acaba, o que mantém um relacionamento? São os laços afetivos que criamos ao longo dessa trajetória juntos, ou seja, os compromissos que vocês conquistaram juntos e os objetivos em comum do casal. O Relacionamento certamente terminará se uma das partes não valorizar o outro e nem as memórias dos momentos que tiveram juntos.

                É necessário o investimento de ambas as partes para que o relacionamento de certo, cultivar o sentimento de troca entre o parceiro mantendo vivo os compromissos e as lembranças que tiveram juntos. É preciso ter claro em sua mente de que você é exatamente aquilo que quem esta com você precisa. Isso se chama Amor. Sentimento de completude que conforta e nos apóia em qualquer ocasião. Todos nós precisamos ter alguém ao nosso lado, alguém pra ficar perto, que nos ouça e faça companhia, que atenda as necessidades da libido e motive nossas ambições para nos mantermos sempre apaixonados. Um relacionamento amoroso é também um investimento para a vida.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Fadiga Existêncial


             A Fadiga existencial é mais que física, mais que mental. Ela está sobre uma linha tênue entre o existir e o não existir. As vezes eu me pergunto qual o sentido de estar vivo, qual o propósito? Li em algum lugar certa vez, que o homem não precisa conhecer o sentido da vida, mas sim ter experiências que o faça sentir-se vivo. Seria a vida então, apenas um incomodo do eterno descanso como diz Freud? De Fato a fadiga existencial talvez só nos perturbe quando estamos ociosos, não ter objetivos de vida é o mesmo que viver pra comer ou comer pra viver. Quão vazios podemos ser? Quão improdutivos e inférteis acabamos nos tornando? Deveríamos voltar a ter hábitos como sonhar, talvez essa seja a diferença substancial. Quando sonhamos não podemos fazer mal a ninguém, e nem prestamos contas a vida, temos desejos e corremos atrás deles, é como voltar a ser criança. No Livro do Desassossego de Fernando Pessoa diz que mesmo o maior criminoso é sagrado enquanto dorme, por efeito da magia natural do sonho, por isso entre matar quem dorme e matar uma criança não há segundo Pessoa, diferença substancial. Penso que tamanha ingenuidade por mais poética que seja tem seu fundo de verdade, se todos nós tivéssemos um grande sonho de vida, mesmo que não saibamos como alcançá-lo, viveríamos em paz de espírito, é o mesmo que ter um porto para atracar o seu navio depois de uma longa jornada pelo mar aberto. Vivo sonhando acordado na expectativa de entrar em meu satori existencial, ter um propósito de vida, além daquilo que a sociedade propõe, e que inconscientemente acabamos nos acostumando.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Explicando o Título



Satori
              Sabe quando você tem um Flash e as coisa simplesmente começam a fazer sentido,você passa a saber o que aconteceu ou o que vai acontecer… isso é um SATORI, também pode ser interpretado como um Insight ou uma Aware. É como se o tempo a sua volta ficasse em camera lenta e seu cérebro funcionasse a mil por hora,  o seu passado se projeta a sua mente e o futuro quase que se torna previsível . De-repente tudo fica claro, e você alcança a compreensão, percepção da qual o budismo descreve como um estado de iluminação.  Porem alcançar este plano momentâneo seria  aleatório ou sugestionado? Já passei por alguns satoris, e todos eles me esclareceram muitas coisas, e pelo menos para mim todos eles foram aleatórios, no entanto sugestionados de alguma maneira, talvez, isso não quer dizer que seja algo a ser treinado ou elaborado, é diferente de estudar matemática e resolver um problema extenso, pois não há uma formula a seguir. Um satori acontece sutilmente e sem agente esperar, nos revela algo intimo, mais próximo da alma.