quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Fadiga Existêncial


             A Fadiga existencial é mais que física, mais que mental. Ela está sobre uma linha tênue entre o existir e o não existir. As vezes eu me pergunto qual o sentido de estar vivo, qual o propósito? Li em algum lugar certa vez, que o homem não precisa conhecer o sentido da vida, mas sim ter experiências que o faça sentir-se vivo. Seria a vida então, apenas um incomodo do eterno descanso como diz Freud? De Fato a fadiga existencial talvez só nos perturbe quando estamos ociosos, não ter objetivos de vida é o mesmo que viver pra comer ou comer pra viver. Quão vazios podemos ser? Quão improdutivos e inférteis acabamos nos tornando? Deveríamos voltar a ter hábitos como sonhar, talvez essa seja a diferença substancial. Quando sonhamos não podemos fazer mal a ninguém, e nem prestamos contas a vida, temos desejos e corremos atrás deles, é como voltar a ser criança. No Livro do Desassossego de Fernando Pessoa diz que mesmo o maior criminoso é sagrado enquanto dorme, por efeito da magia natural do sonho, por isso entre matar quem dorme e matar uma criança não há segundo Pessoa, diferença substancial. Penso que tamanha ingenuidade por mais poética que seja tem seu fundo de verdade, se todos nós tivéssemos um grande sonho de vida, mesmo que não saibamos como alcançá-lo, viveríamos em paz de espírito, é o mesmo que ter um porto para atracar o seu navio depois de uma longa jornada pelo mar aberto. Vivo sonhando acordado na expectativa de entrar em meu satori existencial, ter um propósito de vida, além daquilo que a sociedade propõe, e que inconscientemente acabamos nos acostumando.

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